Educação na perspectiva de Swami Vivekananda

Calcutá estava em plena efervescência. Do final do séc. XIX ao início do séc. XX, esta parte da Índia vivia a Renascença Bengali, movimento cultural, político, intelectual e artístico que brindou o país com grandes pensadores, poetas, dramaturgos, cientistas, músicos, filósofos e educadores tais como Ram Mohan Roy, Iswar Chandra Vidyasagar, Rabindranath Tagore, Keshab Chandra Sen, Girish Chandra Gosh, Satyajit Roy, Kazi Nazrul Islam, Jagadish Chandra Bose e outros[1]. Ao lado dessa riqueza cultural, a pobreza, a fome e a falta de acesso aos bens culturais assolavam a grande massa popular. Nesse contexto nasce e cresce aquele que viraria um gigante nacional, Swami Vivekananda, que dedica sua vida a valorização dos seres humanos independente de casta, origem social ou desenvolvimento intelectual (Pani-Pattnaik, 2006).

Apresento aqui uma breve síntese de sua biografia, pensamento e obra, focando na contribuição de Vivekananda para a Educação como metodologia de desenvolvimento humano.

 

  1. Swami Vivekananda, curta e intensa vida dedicada ao próximo

 

Nascido numa próspera família de Calcutá – Índia, Narendranath Dutta (1863 – 1902), desde menino mostrava interesse pela vida espiritual e pelo conhecimento das artes e das ciências tanto do Oriente quanto do Ocidente. De sua mãe, Bhubaneswari Devi, herdou uma extensa e aprofundada formação nos épicos hindus, como Ramayana e Mahabharata; e de seu pai, Biswanath Dutta, grande influência no desenvolvimento de uma mente aberta, e um grande respeito pelas tradições nacionais (Pani-Pattnaik, 2006). Ainda novo, encontrou seu guru Sri Ramakrishna[2], tornando-se monge mais tarde e recebendo o nome de Swami Vivekananda, pelo qual se tornou conhecido mundialmente.

Swami Vivekananda, filósofo, professor e monge hindu, viveu boa parte de sua vida em Calcutá, então capital do Império Britânico, onde havia um movimento forte pela libertação da Índia das mãos do colonizador, bem como uma grande movimentação cultural, política e artística. Diante deste cenário, muitos intelectuais e estudantes indianos, que tiveram em sua formação grande influência ocidental – Narendranath foi um deles – se sentiam impelidos a excluir e rebaixar suas próprias tradições, filosofias e estruturas sociais. Porém ao mesmo tempo, a grande massa dos indianos passava por sérias dificuldades e privações de necessidades básicas, oprimidas pelo Império, desprezadas em sua própria terra natal.

Após a morte de seu guru, Vivekananda passa a viajar por seu país exaustivamente para ver e viver as condições em que se encontrava a Índia Britânica. Peregrinou do extremo sul ao extremo norte de seu país para constatar que os anos de domínio colonizador haviam devastado seu povo física, moral e intelectualmente.

É nesse contexto que Swami Vivekananda, na intenção de reerguer seus conterrâneos e reafirmar a profundidade do conhecimento milenar hindu, viaja pela primeira vez aos Estados Unidos da América para representar o hinduísmo no Parlamento das Religiões Mundiais, realizado em Chicago no ano de 1893. Sua participação no evento foi um grande sucesso de forma que Vivekananda fora convidado para inúmeras palestras em todo o país. Durante esta estadia nos EUA e consequentes viagens à Europa, Vivekananda se tornou uma figura central na introdução e propagação das filosofias hindus, em especial o Yoga e o Vedanta, pelo Ocidente. Mas o ponto central de interesse de Vivekananda durante suas viagens era o de encontrar apoiadores para seu projeto principal que era o de desenvolver a educação das massas indianas, e em especial a educação das mulheres indianas. “Filhas devem ser incentivadas e educadas com o mesmo cuidado e atenção que os filhos”, resgata Swami Vivekananda (apud Avinashilingam, 2007, p.57) um dos versos do Código de Manu[3] (Manu Smriti), texto desenvolvido entre II a.C. e II d.C. e que organiza um conjunto de regras sociais dos povos indianos. E Vivekananda complementa: “As mulheres devem ser colocadas em condições de resolver seus próprios problemas à sua maneira. Nossas mulheres indianas são tão capazes de fazê-lo como qualquer um no mundo.” (apud Avinashilingam, 2007, p.57).

Numa de suas cartas enviadas dos EUA para um de seus amigos do sul da Índia, Vivekananda expressa suas percepções e intenções:

 

Encontre o Raja de Ramnad e outros de vez em quando e impulsione-os a simpatizarem com as massas da Índia. Diga a eles como estão pendurados nos pescoços dos pobres, e que não poderão ser chamados de homens se não tentarem levantá-los. (…) Um carregador ferroviário aqui é melhor educado que  muitos dos seus jovens e que a maioria de seus príncipes. Toda mulher americana é de longe melhor educada do que se pode conceber da maioria das mulheres hindus. Por quê não podemos ter a mesma educação? Nós devemos. (VIVEKANANDA, 2003, vol.5, p.23)

 

Vivekananda tinha um excelente senso de observação e uma mente aberta para o novo, e a partir daí criava sínteses e propostas de evolução. Uma de suas contribuições foi a da harmonia entre o Ocidente e o Oriente que buscou difundir. Ao longo de sua vida buscou expandir pelo Ocidente o conhecimento espiritual profundo trazido de sua terra, e para o Oriente levou as ideias de desenvolvimento material e tecnológico que encontrou no mundo ocidental, advogando o equilíbrio entre esses dois pólos nas sociedades.

De volta à Índia em 1897, Vivekananda funda a Ramakrishna Mission, instituição dedicada ao serviço social. Pani e Pattnaik (2006) nos apontam alguns dos objetivos dessa instituição, que segue até os dias de hoje trabalhando com base nos fundamentos para os quais foi criada:

 

Promover o estudo das artes, das ciências e das indústrias; treinar professores em todos os ramos do conhecimento acima mencionados e capacitá-los a alcançar as massas; para levar o trabalho educativo entre as massas; para estabelecer, manter, continuar e auxiliar escolas, faculdades, orfanatos, oficinas, laboratórios, hospitais, dispensários, casas para enfermos, inválidos e afligidos, trabalho de alívio de fome e outras obras educativas e de caridade e instituições de natureza semelhante. (PANI-PATTNAIK, 2006, p.51)

 

Vivekananda segue disseminando tais ideais e construindo as bases para a realização dos mesmos até o final de seus dias, aos 39 anos de idade. Como um cometa, passa pela vida intensa e vividamente, dedicando-se ao serviço ao próximo e deixando um legado pelo qual é ainda hoje louvado e homenageado em toda Índia. Para a instituição que criara, explicita sua missão em uma única frase-lema retirada do Rig Veda, antiga escritura hindu: Atmano mokshartham jagat hitaya cha, que significa, “Pela sua própria libertação e pelo bem-estar de todos no mundo”.

 

  1. A visão de Educação de Swami Vivekananda

 

“Educação é a manifestação da perfeição já existente no Homem”. É assim que Swami Vivekananda começa seus escritos sobre Educação no livro homônimo compilado por Avinashilingam (2007). Defende que todo conhecimento brota de dentro do ser humano e que nada nem ninguém externo pode lhe ensinar coisa alguma. Segundo ele, o processo da Educação é um processo de ação negativa e não positiva, ou seja, tem a função de retirar a cobertura da mente do aprendiz para que ele perceba todo o conhecimento que está dentro de si. E não é função do educador enxertar informações de fora para dentro e entupir as mentes dos educandos de dados, a fim de que eles pensem que ter informações é possuir conhecimento. Vivekananda diz que todo conhecimento está latente na mente humana, e a função da Educação e do educador, seja ele pai, mãe ou professor, consiste em auxiliar o aprendiz a retirar aquilo que cobre a sua mente, a sua visão, para que ele descubra todo o universo de conhecimento que reside em si e o traga à tona:

 

Você não pode ensinar uma criança mais do que você pode cultivar uma planta. A planta desenvolve sua própria natureza. A criança também se ensina. Mas você pode ajudá-la a avançar à sua maneira. (…) Você pode tirar os obstáculos, e o conhecimento virá à tona pela sua própria natureza. (…) O professor estraga tudo pensando que ele está ensinando. Dentro do homem está todo o conhecimento, e isto requer apenas um despertar, e esse é o trabalho do professor. Nós temos que fazer pelos garotos somente o tanto para que eles possam aprender a aplicar seu próprio intelecto para o uso adequado de suas mãos, pernas, ouvidos e olhos. (VIVEKANANDA, 2003, vol.5, p.410)

 

Todo o conhecimento que o mundo já recebeu vem da mente; A biblioteca infinita do universo está em sua própria mente. O mundo externo é simplesmente a sugestão, a ocasião, que faz você estudar sua própria mente. A queda de uma maçã deu a sugestão a Newton, e ele estudou sua própria mente. Ele reorganizou todos os links anteriores de pensamento em sua mente e descobriu um novo elo entre eles, que chamamos de lei de gravitação. Não está na maçã nem em nada no centro da terra. (VIVEKANANDA, 2013, vol.1, p.50)

 

E o autor não se restringe a enfatizar o enorme manancial que é mente humana, mas também nos adverte que para que esse potencial possa florescer é necessário tanto criar um ambiente favorável, quanto descartar as estruturas que criam obstáculos à essa meta:

 

Avançar para a liberdade, física, mental e espiritual, e ajudar os outros a fazê-lo é o supremo prêmio do homem. Regras sociais, que impedem o desenvolvimento desta liberdade, são prejudiciais, e devem ser tomadas medidas para destruí-las rapidamente. Instituições devem ser encorajadas pelas quais os homens avançam no caminho da liberdade.(VIVEKANANDA, 2003, vol.5, p.147)

 

Vivekananda acredita que professores e responsáveis devem estimular a criança com palavras gentis, acreditando em seu potencial, para que ela se desenvolva pela sua própria natureza. Diferentemente de tentar moldá-la, os educadores deveriam dar-lhe ferramentas para que descubra o seu próprio caminho e sua própria maneira de trilhar este caminho, a fim de desenvolver-se por seu próprio esforço e conhecimento interno. Aqui está um elemento bastante simples da pedagogia de Vivekananda mas que por vezes é negligenciado no cotidiano da escola, o que comumente chamamos de reforço positivo. Pensando na obra de Vivekananda, arrisco-me a dizer que este reforço positivo do qual fala o autor, vem de uma compreensão profunda a respeito da força de conhecimento que cada indivíduo (mesmo criança) carrega em si mesmo. Não é uma maneira de “passar a mão na cabeça” ou fazer a vida parecer mais fácil do que é; mas sim um suporte e um estímulo: “vai, você é capaz, você vai ver!”. Esse tom positivo na educação pode ser bastante revelador das potencialidades dos educandos na visão deste autor. Porém, nesse tipo de abordagem educativa, é preciso que sejam observadas as necessidades de cada indivíduo, para que se escolha a forma certa de estimulá-lo, conforme suas tendências e afinidades naturais. O educador nessa visão, deve ter em mente que ele não irá ensinar nada a ninguém, que ele não deve se sentir o detentor do conhecimento. Mas sua atitude deve ser a de impulsionar cada um para frente do ponto em que está. A forma de fazer isso deve ser modificada de acordo com o que cada aprendiz lhe apresenta em cada momento. É, portanto, fundamental uma grande disposição e generosidade por parte de todos os envolvidos no processo educativo.

 

O professor deve lançar toda a sua força na direção da tendência do aprendiz. Sem verdadeira simpatia, nunca podemos ensinar bem. Não tente incomodar a fé de qualquer homem. Se puder, dê-lhe algo melhor, mas não destrua o que ele tem. O verdadeiro professor é aquele que pode converter-se, por assim dizer, em mil pessoas, em um instante. O verdadeiro professor é aquele que pode imediatamente atingir o nível do aluno e transferir sua alma para a alma do aluno e ver e entender através de sua mente. Tal professor realmente pode ensinar e nenhum outro. (VIVEKANANDA, 2003, vol.7, p.99)

 

E apesar de não ser crítico ao sistema educacional ocidental, Vivekananda questiona a adequação deste modelo para a educação indiana, defendendo que “(…) Cada nação deve desenvolver um sistema de educação baseado na sua própria natureza, história e civilização.” (apud Pani-Pattnaik, 2006, p.68). E critica a situação da Educação na Índia enquanto colônia britânica:

 

O que você pode esperar sob o domínio estrangeiro? O conquistador estrangeiro não está lá para nos fazer o bem; ele quer o dinheiro dele. Então, essas instituições educacionais de estrangeiros são simplesmente para obter uma grande quantidade de escravos úteis e práticos por um pouco de dinheiro – para formar uma série de funcionários, carteiros, operadores de telégrafo, e assim por diante. Isso é tudo. (VIVEKANANDA, 2003, vol. 8, p. 69)

 

Acredita que os objetivos da educação devem ser, prioritariamente, formar seres humanos capazes de alcançar sua independência material, emocional e psíquica; construir um bom caráter como indivíduo; auxiliar na formação da sociedade como um todo, visando ao bem e à evolução de todos os seres humanos, como indivíduos e como membros de uma coletividade.

 

  1. Concentração da mente como método fundamental

 

Trago aqui dois pontos que chamam especial atenção na pedagogia exposta por Swami Vivekananda: 1) a concentração da mente; e 2) a fé em si mesmo. É importante enfatizar que o autor não cria nada novo, não levanta a bandeira de uma descoberta inédita. Como ele mesmo aponta diversas vezes, relembra o conhecimento ancestral indiano, baseando-se nos textos antigos do Yoga e do Vedanta, dois dos seis sistemas filosóficos ortodoxos hindus[4], para trazer luz ao âmbito educacional de sua época.

A concentração da mente é tema especialmente desenvolvido pelo sistema Raja Yoga que tem os Yoga Sutras de Patañjali como seu principal texto. Nele, Patañjali declara que apenas a mente concentrada é capaz de obter e reter o conhecimento correto dos objetos, internos ou externos, e define este estado de concentração como um fluxo ininterrupto de conhecimento a respeito do objeto escolhido para ser conhecido em profundidade.[5] Nos estágios da mente não concentrada, ela pode se encontrar completamente dispersa, torpe ou inconstante, o que impede-a de ter a clareza necessária para o desenvolvimento do conhecimento.

É com base nesse entendimento que Vivekananda afirma a concentração da mente como principal método de obtenção do conhecimento. É especialmente interessante observar que o autor viveu entre o final do século XIX e o início do século XX, num período que hoje poderíamos comumente pensar como menos dispersivo do que os dias atuais com toda a gama de redes sociais e aparatos tecnológicos com os quais estamos cercados o tempo todo.

 

Existe apenas um método pelo qual se alcança o conhecimento, ele é chamado de concentração. A essência mesma da educação é a concentração da mente. (…) O astrônomo concentra os poderes de sua mente e os traz para um foco; e joga esse foco nos objetos através de seu telescópio; então as estrelas e os sistemas se aproximam e abrem seus segredos para ele. Assim o é em todos os casos: com o professor em sua cadeira, o estudante com seu livro, com todo aquele que está trabalhando para conhecer algo. (VIVEKANANDA, 2013, vol.1, p.148)

 

Pensando nesse apontamento do autor, me pergunto: o excesso de informação e estímulos a que somos submetidos hoje nos faz mais distraídos e menos concentrados; ou é da natureza da própria mente humana não treinada no método de concentração dispersar-se com facilidade? Vivekananda responde:

 

No estado atual do nosso corpo, estamos muito distraídos, e a mente está desperdiçando suas energias em centenas de coisas. Assim que tento invocar meus pensamentos e concentrar minha mente em qualquer objeto de conhecimento, milhares de impulsos indesejados correm para o cérebro, milhares de pensamentos se precipitam na mente e perturbam-na. (VIVEKANANDA, 2003, vol.2, p.391)

 

E reconhecendo a tendência dispersiva da mente, Vivekananda advoga a necessidade de primeiramente desenvolver o poder sobre a própria mente, antes de bombardeá-la com fatos e informações: “O sistema atual de educação está todo errado. A mente é abarrotada de fatos antes mesmo que ela aprenda a pensar.” (apud Pani & Pattnaik, 2006, p. 70).

Outro ponto central da pedagogia de Vivekananda é o conceito de ŚraddhāŚraddhā é uma palavra sânscrita que carrega muito significado, mas que comumente é traduzida por . Vivekananda enfatiza a necessidade de ter fé em si mesmo para se desenvolver a capacidade de realizar qualquer coisa que o ser humano queira, e diz que toda degeneração individual ou coletiva nasce do pensamento contrário a esta confiança em si mesmo:

 

Eu peço que vocês compreendam este fato, nada de bom provém de um homem que dia e noite pensa que não é ninguém. Se um homem pensa, dia e noite, que é um miserável, um fraco e um ninguém, ele não se torna nada. Se você diz: “Eu sou, Eu sou”, então você será. (…) Essa fé em si mesmos estava no coração dos nossos ancestrais. Essa fé em si mesmo foi o poder motivacional que os empurrou para a marcha da civilização. Se houve degradação, se houve imperfeição, vocês vão perceber que a degradação começou no dia em que nosso povo perdeu a fé em si mesmo. (VIVEKANANDA, 2003, vol.3, p.376)

 

Resgatando o conceito de Śraddhā através de sua pedagogia, o autor mais uma vez toma como base a própria filosofia e psicologia ancestral de seu país, e na prática de valorizar a sua cultura, exerce o próprio conceito o qual defende. Alimenta culturalmente o povo indiano não com alimento importado, mas com o alimento que esteve sempre em seu quintal, mas que tinha sido desvalorizado. Ao celebrar o saber de seu país, incute força em seus conterrâneos que se sentiam diminuídos pelos anos de colonização e miséria a que estavam sendo submetidos.

O autor não descansa um só instante na tentativa de apontar a força de cada indivíduo que lhe cruza o caminho. Defende que somos todos perfeitos, fortes e puros, e que por vezes a lente que enxerga tal perfeição está embaçada. Então toda a sua obra consiste em criar meios para limpar esta lente, que é a própria mente, para que se veja com clareza a verdade sobre si mesmo. E como parâmetro para testar a verdade e a validade dos métodos, filosofias, pedagogias, professores e religiões, Vivekananda sugere um teste simples:

 

E aqui o teste da verdade. Tudo o que te torna fraco, física, mental e espiritualmente, rejeite como veneno. Não há vida ali, não pode ser verdadeiro. Verdade é fortalecedora. Verdade é pureza, verdade é todo o conhecimento. A verdade precisa fortalecer, precisa iluminar, precisa ser revigorante. (VIVEKANANDA, 2003, vol.3, p.224,225)

 

Podemos ver que a pedagogia de Vivekananda é simples: fortalecer o indivíduo física, intelectual e espiritualmente; dar-lhe ferramentas para concentrar a sua mente; e então disponibilizar a ele a gama de conhecimentos construídos pela sociedade, para que de acordo com sua natureza desenvolva-se para fins de conhecer-se a si mesmo, integrar-se na sociedade e contribuir para o crescimento da mesma.

Me limito aqui a expor os ideais pedagógicos de Swami Vivekananda, apresentando sua biografia, influências e contexto de onde fala o autor. Penso ser enriquecedor para nós, educadores de um país que fora também colonizado, abrirmos nosso espectro de pesquisa para além do eurocentrismo a que está submetido nosso sistema educacional desde a sua origem.

Pretendo ter neste estudo uma inspiração, para minhas práticas pedagógicas e também um impulso para outras pesquisas afins. E que este singelo trabalho sirva de estímulo para outros educadores pensarem a Educação como formação de indivíduos fortes, conscientes e comprometidos socialmente.

[1] Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Bengali_renaissance em 12/12/2017

[2] Sri Ramakrishna Paramahamsa (1836 – 1886) foi um dos mais importantes líderes religiosos hindus e uma figura bastante influente na  Renascença Bengali do século XIX. (fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ramakrishna em 01/12/2017)

[3]  fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_de_Manu em 29/11/2017.

[4] Os outros quatro são: Samkhya, Nyaya, Vaisheshika e Purva Mimansa. O Coração do Yoga, TKV Desikachar, 2006, p.38.

[5] Y.S. III 1, 2. O Coração do Yoga, TKV Desikachar, 2006, p. 268, 269.

 

Por Ana Poubel

Rio de Janeiro, Brasil – 2017

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